Operação Kaaba é uma história cheia de emoções e suspense. Veja um exemplo, lendo parte do capítulo 26:
"Já estava tudo pronto para o embarque, quando os empregados acenderam as luzes que iluminavam o pátio da fortaleza, porque a noite se aproximava. Alguns deles ajudavam a carregar as malas até a aeronave. Abdel trazia, pessoalmente, as armas que sempre acompanhavam os terroristas e as colocou dentro de sacolas, junto aos assentos que lhe estavam reservados. O helicóptero tinha dois assentos largos para os passageiros, um voltado para o outro. O papa foi o primeiro a entrar. Sentou-se do lado esquerdo do banco de trás. Mara ficou no mesmo assento, próximo à porta. Abdel viajaria sentado de frente para ela.
Os guardas que faziam a proteção do castelito se aproximaram do helicóptero para assistirem à decolagem, enquanto Bob Müller ficava próximo à porta da aeronave. Quando viu que Abdel saiu da casa e vinha para o embarque, virou-se para os guardas e disse:
– O que é isso, amigos? Todos armados perante S. Santidade, o Papa Pedro Paulo I? Não acham que é falta de respeito? Por favor, coloquem suas armas no chão e batam continência para o Sumo Pontífice.
Os guardas, meio confusos, pois não sabiam que estavam diante do papa, obedeceram e colocaram no chão as metralhadoras portáteis que sempre traziam consigo. Afinal, era uma ordem do comandante e devia ser cumprida. Neste momento, Abdel se aproximou de Bob Müller para as despedidas, quando o americano sacou uma pistola 45 e apontou-a para o terrorista, dizendo, com um sorriso sarcástico:
– Um momento, amigo, nada de despedidas, pois houve uma mudança radical nos planos. Depois de muito pensar, resolvi mudar de lado e ficar com o Sumo Pontífice, pois, afinal de contas, ele vale um milhão de dólares e vou levá-lo ao Brasil, enquanto você, meu amigo, não vale nada.
Mal acabou de proferir as últimas palavras, disparou dois tiros à queima roupa que projetaram para trás o corpo do jovem terrorista, enquanto Bob Müller ordenava aos guardas que recuassem e se afastassem das armas, o que eles fizeram prontamente. Neste momento, Mara, que já estava desconfiada de Bob Müller, quando ele mandou os guardas arriarem as armas no chão, saltou do helicóptero e, com as mãos nos quadris, se colocou, atrevidamente, bem em frente ao americano.
– Agora – gritou ela – é a minha vez! Pode atirar!
– Não, para você eu tenho planos bem melhores, minha odalisca, desde que se comporte bem.
Mara vestia uma calça jeans, com um largo cinturão que tinha no lugar da fivela um enfeite de metal, em relevo, bem destacado. Num movimento imperceptível, ela pressionou com a mão direita uma placa de metal de uns dez centímetros que parecia um adorno aplicado ao cinto. A peça saltou para a posição perpendicular ao cinto e, preso a ela, surgiu um pequeno cilindro. Ela acionou um botão do lado esquerdo e um projétil partiu do cilindro, provocando pequena explosão e acertou em cheio a barriga de Bob Müller, distante a menos de um metro da jovem. Enquanto caía, ele ainda fez graça.
– O que é isso, odalisca...logo eu que gostava tanto do teu cinto...
Tratava-se, na verdade, de uma arma engenhosa, usada por algumas mulheres guerrilheiras. Era uma espécie de minimíssil, com projétil que se fragmentava ao penetrar no corpo da vítima e lhe causava queimação e hemorragia instantânea, deixando-a completamente sem ação. As coisas se sucederam tão rapidamente que todos ficaram paralisados diante da cena. O papa levou um grande susto e ficou extremamente pálido e foi preciso algum tempo para se restabelecer.
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